2009/11/28 lisieux bevilaqua
Professor Alber, aqui é Lisieux Beviláqua, sua aluna de Tópicos do Português como Língua Estrangeira. Andei pesquisando pela internet o que seria interessante para o assunto Português Instrumental e consegui o material abaixo. Você poderia comentar na aula de quinta-feira (dia 03/11) sobre ele ?
Português Instrumental
Esta é uma ferramenta que ajuda o estudante estrangeiro a compreender e a dominar o idioma, colocando ordem nas relações entre quem escreve e quem lê, facilitando a compreensão mais rápida.
Primeiramente, são apresentados aspectos referentes à Comunicação (Fonte/ Emissor, Mensagem/Recebedor, Destino, Canal, Ruído, Redundância, Linguagem/Língua/Fala, Diferença entre Língua Falada e Língua Escrita, Textos que exemplificam os níveis de língua, Denotação e Conotação, Variações da palavra no contexto, Homonímia / Polissemia/Palavras semelhantes na grafia e na pronúncia - Parônimos), ao Estilo (Comparando textos: Bula farmacêutica, Receita culinária, Poesia, Crônica literária, Notícias : Esportiva, Policial, Política, Carta Comercial, etc., Estilo com relação ao contexto, Estilo literário e não literário, Qualidades do Estilo/ Harmonia/ Clareza/Concisão), à Frase (Estrutura e Conceito de frase, Oração, Tipos de frase, Tipos de Classificação Frasal), ao Parágrafo(Apresentação, Divisão, Exercícios) e ao Discurso (Discurso direto, Discurso indireto, Discurso indireto livre ou semi-indireto, Textos com diferentes discursos), fornecendo ao estudante um completo embasamento teórico-prático para a comunicação escrita.
Apresentar o Português Técnico e Profissionalizante: abaixo-assinado, ata, atestado, atos administrativos, carta comercial e oficial, circular, contrato, curriculum vitae, declaração, memorando, monografia, ofício, procuração, relatório, requerimento, etc.
Abordar tópicos gramaticais, que esclareçam dúvidas comuns da Língua Portuguesa : São expostos estudos sobre Fonologia (Letra/Fonema, Vogais/Consoantes/ Semivogais, Encontros Vocálicos/Consonantais, Dígrafos/Dífonos, Separação de sílabas), Notações Léxicas (acentuação, crase, ortografia, pontuação, hífen, concordância, regência, verbos, uso dos "porquês", estrangeirismos, abreviações, etc.) e As dificuldades mais freqüentes da língua ( A fim ou afim, ao encontro ou de encontro a, entre eu e tu ou entre mim e ti, enfim ou em fim, haver ou ter, etc.).
Dar destaque à Redação e seus ângulos: descrição, narração e dissertação.
Obrigada pela atenção.
Em vez de ser um curso comum de língua, com as coisas sendo aprendidas lentamente comunicação, ou um curso com os conhecimentos apresentados durante muito tempo, o aluno veria essas coisas meio teóricas e se valeria dos conhecimentos para adivinhar o que há nos textos em português.
Eu diria que os instrumentais são desinados a prover os alunos de conhecimentos que facilitem descobrir da melhor maneira possível os sentidos, sem terem frequentado os cursos comuns, e que não estão podendo frequentar. Sou suspeito para falar do assunto, porque sempre tive preconceito contra isso. Acho inglês instrumental um curso "desidratado", privado de história e cultura, de situação comunicativa, de fonologia...
Ocorreu-me naquela última aula que os cursos "instrumentais" deveriam levar mais em conta as línguas nativas ou conhecidas dos alunos.
Pensemos nas distâncias entre essas línguas e o português:
- espanhol - italiano - francês (neolatinas, como a nossa);
- inglês (germânica neolatinizada, onipresente em lojas, produtos...);
- alemão, holandês, dinamarquês, sueco (não-latina, mas indoeuropéias, com muitas palavras de uso internacional);
- russo, polonês, tcheco (ainda indoeuropéas, mas pouco conhecidas entre nós).
Agora pense em línguas não-indo-européias como:
- árabe, hebráico, que, de certa forma, como todas as acima, são FLEXIVAS
Pense, finalmente, em línguas não-indoeuropéias, com menos possibilidade de conterem palavras de uso internacional, e não flexivas...
O japonês, por exemplo, tem estrutura muito diferente. Parte dos adjetivos tem indicações de tempo, em vez de preposições tem posposições. O basco tem o radical do verbo depois do tópico, e uma espécie de auxiliar no fim da frase, que indica tempo, modo... O guarani tem pronomes pessoais que mudam para indicar a classe (conjugação) do verbo, sufixo indicando "passado" de substantivos (algo que foi alguma coisa).
Línguas como o o finlandês são AGLUTINANTES. Coisas que dizemos com vocábuols à parte, são simples morfemas acrescentados aos radicais. Um exemplo clássico é 'em nossas casas', que seria traduzido como:
Taloissanne = talo (casa) + -i- (plural) + -ssa- (localização sem movimento) + -nne (referência a inclusão do enunciador e mais alguém) (casa-plural-em-nosso).
O pior seriam línguas indígenas como as do grupo sálico (creio, em inglês "salish"), com aglutinação estrutura fonológica que parece ter séries de mais de oito consoantes sem vogal...
Bom, entre o que o trecho citado por você chama "instrumental", o que comumente chamam aqui instrumental e o que eu digo acima vai grande diferença. Mas o que eu disse faz sentido.
Por exemplo, para o espanhol e outras línguas românicas ou o inglês, faz sentido dar ajuda ao estudante mostrando certas regularidades e correspondências entre as línguas. Veja:
- orelha - oreja - oreille (aurîcula), olho - ojo - occhio (oculum);
- chuva - lluvia (ll = lh) - pioggia (PLuvia), chave - llave - chiave (chi = ki) (CLave);
- casa - chez (em casa de), cavalo - cheval, capítulo - chapitre (port / fr).
Paro por aqui por hoje,
alber
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